Montados, incluídos num conjunto de zonas especiais de conservação no Alentejo

O Conselho de Ministros, na passada quinta-feira, dia 11 de dezembro, aprovou a renovação de cinco Zonas Especiais de Conservação (ZEC) no Alentejo.

Cabeção

A ZEC de Cabeção localiza-se entre os concelhos de Alter do Chão, Avis, Mora e Ponte de Sor, sendo dominada por montados de sobro bem conservados, associados a uma utilização pecuária extensiva, que desempenham um papel importante na conservação de espécies de elevado valor ecológico.

A área integra ainda charcos temporários mediterrânicos, urzais higrófilos e termófilos, bem como bosques ripícolas, sobretudo salgueirais, que acompanham os vales aplanados que estruturam a paisagem.

Caia

A ZEC de Caia abrange partes dos concelhos de Arronches, Campo Maior e Elvas, caracterizando-se por uma paisagem diversificada, onde coexistem áreas agrícolas de regadio com habitats naturais de elevado valor ecológico, incluindo montados de azinho, pastagens prioritárias e zonas húmidas temporárias associadas ao rio Caia.

Serra de Monfurado

A ZEC da Serra de Monfurado localiza-se entre os concelhos de Évora e Montemor-o-Novo, caracterizando-se por extensos montados bem conservados, maioritariamente de sobro, com presença também de azinho e áreas pontuais de montado misto, associados a um subcoberto de pastagens mediterrânicas, incluindo pastagens prioritárias.

A área é ainda atravessada por várias ribeiras, com galerias ripícolas de amieiros e salgueirais e comunidades aquáticas bem preservadas, e assume particular relevância para a conservação de fauna, com destaque para quirópteros e para o rato-de-Cabrera, apresentando também condições favoráveis à presença (ou reintrodução) do lince-ibérico.

Comporta/ Galé

A ZEC de Comporta/ Galé abrange os concelhos de Alcácer do Sal/ Grândola, Santiago do Cacém e Sines e é marcada por um sistema dunar bem desenvolvido, integrando áreas de pinhal e manchas de montado de sobro e azinho, bem como um conjunto diversificado de habitats psamófilos em bom estado de conservação.

Destacam-se dunas e paleodunas estabilizadas, depressões húmidas interdunares, turfeiras e biótopos higrófilos, bem como lagoas costeiras, com particular relevância para a Lagoa de Santo André. A área apresenta ainda elevada diversidade florística, com várias espécies endémicas e prioritárias, e assume importância para a conservação da fauna, nomeadamente de espécies piscícolas ameaçadas.

Serra do Caldeirão

Já a ZEC da Serra do Caldeirão abrange, no Alentejo, o concelho de Almodôvar, para além de abranger também os concelhos algarvios de Loulé, São Brás de Alportel e Tavira, sendo marcada por um relevo serrano e por uma rede densa de pequenos rios e ribeiras em vales moderadamente encaixados.

Grande parte do território é ocupada por montados de sobro relativamente abertos, que em muitos locais evoluíram para formações mais densas devido ao abandono agro-pastoril, coexistindo com áreas de sequeiro e mosaicos de matos e matagais.

Os ecossistemas ribeirinhos assumem particular importância para a conservação da fauna, com destaque para espécies piscícolas de interesse, e a área mantém condições favoráveis à presença (ou recuperação) do lince-ibérico.

 

Fonte Portal SAPO